Gastos Ocultos – Um problema crônico nos novos negócios

Gastos Ocultos – Um problema crônico nos novos negócios

Nos últimos meses, além de minhas atividades como gestor da Um Publicidade e consultor de negócios e tecnologia, estive envolto com dois empreendimentos gastronômicos em fase inicial. E, como todo novo negócio, onde basicamente ainda não se tem receita, o orçamento para estruturação é bem apertado, fazendo com que os itens essenciais para operação sejam priorizados e outras demandas fiquem em uma listagem de pendências.

Em uma operação gastronômica, o centro das atenções são os itens necessários para o preparo, como insumos, panelas, utensílios de cozinha e outros que estão diretamente ligados ao serviço prestado. Tudo corre bem, o foco do negócio segue sem maiores problemas, etc. Dado um momento, chega uma demanda crítica: imprimir um cardápio. Neste momento o computador avisa que a tinta da impressora acabou. Você, na pressão da urgência, compra na loja mais próxima um novo cartucho. Inevitavelmente o preço será mais caro, pela falta de tempo para pesquisar e pelo curto prazo para concluir a compra. É neste momento que aparece o vilão do gasto oculto.

A situação se agrava ainda mais quando contabilizamos o custo do transporte, do estacionamento, do tempo gasto. E assim perde-se mais uma oportunidade de produzir mais e em menor tempo.

Os gastos ocultos só vão aparecer na hora da contabilização de tudo. Muitas vezes o valor planejado não bate com o valor realizado. Por mais que a operação só esteja priorizando o essencial, estas despesas não planejadas acabam ocorrendo e, dependendo do porte da operação em questão, pode significar uma mudança de lucro para prejuízo. Negócios em fase inicial e pequenas empresas são as mais afetadas pelo problema.

Pelo fato da Um Publicidade estar no mercado desde 2007 e com planilhas e sistemas de apoio operacional desenvolvidos, fazia tempo que não me deparava com este problema. Novamente pude comprovar que é essencial um planejamento e mapeamento de riscos.

Esta situação ocorre com você? Entre em contato comigo pelo e-mail contato@renanviegas.com.br. Certamente posso elaborar uma proposta para melhorar a operação de seu negócio.

Monetização e ética

A nova política de privacidade e termos de uso do Instagram que entrará em vigor, permitindo o serviço a usar fotos sem pagar nem avisar o usuário, trouxe a tona um tópico que vem sempre em evidência no modelo de negócios de qualquer empresa: monetização.

Toda empresa precisa dar lucro, portanto meios de viabilizar receita são sempre buscados por seus gestores e colaboradores. Até este ponto normal, porém, visando a efetivação de um objetivo, algumas empresas deixam a ética de lado. Mudar a “regra do jogo”, dependendo do contexto, pode ser encarado como uma “rasteira” por seus usuários.

O caso do Instagram ilustra perfeitamente o que comentei. Os documentos que regem e relação usuário/serviço permitem que a start-up, comprada pelo Facebook em abril por US$ 1 bilhão, e o próprio Facebook, utilizem as fotos postadas sem pagar nada aos usuários. Seria ético você produzir fotos e estas mesmas ilustrarem peças publicitárias de terceiros sem que você saiba? E se levar em conta que boa parte da base de usuários do Instagram utiliza apenas o aparelho celular para interagir na rede social e, provavelmente, nem tomará conhecimento destas mudanças de privacidade? E se além de utilizar suas fotos sem seu conhecimento o serviço ainda lucrar com isso? Pois é, isto que irá acontecer.

Em termos de negócio, além de anti-ético, tal mudança pode provocar uma evasão considerável e migração de seus usuários para serviços concorrentes como o Flickr, fazendo com que uma estratégia para gerar dinheiro cause justamente o oposto.

Além de usuários pessoa física, várias empresas também estão abandonando o serviço. A National Geographic Society, organização que é proprietária da revista e do canal televisivo correspondentes, suspendeu as postagens da conta NatGeo.

Dia 18 de dezembro, um dia após a mudança, Kevin Systrom (cofundador do Instagram) informou que os direitos das imagens continuarão com os usuários.

“Desde que fizemos as mudanças, nós ouvimos alto e claro que muitos usuários estão confusos e chateados com o que isso significa. É fácil interpretar errado documentos jurídicos”, escreveu Systrom.

Ao pensar em estratégias de monetização, ética sempre deve ser um ponto importante a ser considerado. Um “desespero” por lucro pode acabar arruinando todo seu negócio.