Brasil, o país do atraso

O Brasil nunca vai estar na vanguarda tecnológica. Isso não é uma opinião pessoal, e sim uma constatação.

Desde 2018 alguns Drones voltados para demandas empresariais já estavam disponíveis comercialmente no Brasil. Uma das aplicações com interesse comercial seria atender demandas de transporte de cargas por via aérea. Acontece que, por questões legais, era necessário solicitar autorização a ANAC – Agência Nacional de Aviação Até o momento que escrevo esse texto, poucas empresas conseguiram êxito em iniciar testes. Dentre essas, somente agora uma delas conseguiu operar em caráter experimental, e isso em apenas uma localidade (https://www.istoedinheiro.com.br/anac-libera-testes-para-entregas-feitas-por-drones/).

O processo é tão engessado que temos pouquíssimos autorizados, como listado no site do órgão, na área dedicada para Drones – https://www.anac.gov.br/assuntos/paginas-tematicas/drones/projetos-autorizados

Esse episódio evidencia o quão atrasado nosso país está frente a inovação tecnológica. É totalmente contraproducente empreender com tecnologias de ponta aqui no Brasil. Enquanto em países como Israel temos prontuário médico digital de mais de 90% da população armazenado de forma digital e disponível para ampla consulta por médicos desde 1990, aqui no Brasil sequer temos esse tipo de recurso em uma microrregião. Enquanto em praticamente todo país se procura fomentar inovação, aqui no Brasil o que temos é burocracia e lentidão.

Infelizmente o slogan do país deveria ser: Brasil, o país do atraso!

A difícil arte de empreender no Brasil

A difícil arte de empreender no Brasil

Como consultor de negócios costumo atender, além de empresários já estabelecidos, pessoas físicas buscando informações, dados e validando modelos comerciais. Quando me deparo com um aspirante a empreendedor procuro inicialmente mapear meu cliente. Faço uma bateria de perguntas que me ajudam a traçar o perfil da pessoa e do negócio que pretender criar. Em alguns casos, já em poucas horas de consultoria, posso interromper o processo e alertar o cliente que ele não tem um perfil empreendedor. Que, para ter sucesso em sua empreitada, ele terá de mudar seu comportamento.

Empreender não é apenas ter dinheiro ou conhecimento em um segmento. Você pode ser um expert no que trabalha mas, se não estiver preparado para aprender e apanhar para obter experiência em toda a logística multidisciplinar que um negócio demanda, sua chance de fracasso é enorme.

Ter seu próprio negócio é trabalhar 90 horas semanais para não ter que trabalhar as 40 que trabalharia como funcionário. É estar disposto a não ter folgas nem férias durante um bom período.

Além de todos fatores listados acima, que são os mesmos desafios enfrentados por empreendedores no mundo inteiro, no Brasil ainda temos alguns complicadores: burocracia, leis trabalhistas ultrapassadas, judiciário lento e carga tributária alta.

Costumo dizer que o empresário Brasileiro é um dos mais bem preparados do mundo.

Vejamos as razões:

– Alugar um escritório, galpão ou uma loja sem saber se amanhã a região no entorno será segura. Sem política de segurança pública e com criminalidade crescente, o ponto comercial pode ir do sucesso ao fracasso em semanas;
– Esperar até três meses para obter um simples alvará de funcionamento (enquanto isso não pode funcionar e tem que arcar com despesas de locação sem ter receita);
– Gerar empregos através de uma lei que inviabiliza modelos de trabalho alternativos, com um sobrecusto de até 132% sobre o valor líquido que o funcionário recebe;
– Pegar um financiamento, com a maior taxa de juros do mundo, e arriscar seu pescoço em uma economia instável;
– Comprar insumos para produzir importados com câmbio flutuante;
– Receber e entrega insumos e produtos com atraso por problemas estruturais do país, como estradas esburacadas, falta de uma malha ferroviária e empresa de correios ineficiente;
– Ter sua produção paralisada por quase 20 dias no ano por causa de feriados municipais, estaduais e federais (fora os dias enforcados);
– Ver seu negócio ir do lucro ao prejuízo por barbeiragens econômicas governamentais que fazem o custo da energia subir mais de 60% em 6 meses;
– Ter interrupções inesperadas em sua infraestrutura de comunicações (telefonia fixa, móvel e internet) por concessões públicas executadas com má qualidade por fornecedores;
– Aguardar até 10 anos para que uma simples questão judicial seja resolvida;
– Engolir que o governo vai levar 30-60% do preço que seu produto ou serviço foi vendido sem ter te ajudado em nada;

Empreender não e para qualquer um! Empreender no Brasil é para herói!

Se você está preparado para encarar este desafio, entre em contato comigo. Minha consultoria pode lhe ajudar a conseguir vencer.